"A fila anda"
Você já ouviu alguém usando essa expressão com a boca cheia de orgulho para se referir àquele ex que não deu certo? E ainda para complementar a expressão verbal, bate-se três palminhas, como que para dizer “a fila anda e anda rápido!”.
Essas atitudes de intolerância, impaciência e arrogância para com o próximo são, muitas vezes, para justificar ou mascarar um fracasso próprio, depositando a culpa sobre o outro.
O cara não fez algo ou não atendeu a expectativa? “A fila anda!”
O cara demorou muito para se decidir? “A fila anda!”
A moça rejeitou o rapaz por algum preconceito? “A fila anda!”
A mulher supostamente exigiu muito de você? “Gente.... a fila anda!”
Me pergunto: quando será que começamos a adotar essa atitude de “descartar” pessoas e relacionamentos? Até pouco tempo atrás, queríamos móveis de madeira maciça que duravam a vida inteira. Usávamos copos de vidro nas festas e não os de plástico. Ganhávamos 2 presentes principais ao longo do ano: aniversário e Natal. Tudo era em menor quantidade... e tudo tinha mais valor.
Entramos numa era de super consumo de tudo: comida, água, roupas, equipamentos, objetos... e infelizmente esse comportamento transbordou e inundou os relacionamentos. Ao invés de evoluirmos neles, regredimos.
Será que somos tão descartáveis assim? Ora, se tratarmos o outro como descartável, também seremos descartáveis. Será que existe mesmo essa abundância de pretendentes... de qualidade? De que tamanho é esse amor que sentimos pelo outro?
O ser humano está ficando cada dia mais fraco. Em uma busca por facilidades, evitamos a dor de todas as formas, sem entender que através de um período de dor, muitas vezes, o nosso corpo não só mostra onde está o problema mas também se cura sozinho. E é quando a alma dói que descobrimos onde temos que nos trabalhar e promover a cura. Um fato está ligado ao outro pois as doenças físicas, têm origem em nossa alma, na nossa consciência.
O que quero dizer é: se você tem uma dor, procure descobrir de onde ela vem. O “fazer a fila andar” muitas vezes implica em deixar de se explorar, de descobrir o que em você fez com que aquele relacionamento não deu certo. O “fazer a fila andar” é ficar parado na fila do auto desenvolvimento e do auto conhecimento. Quanto mais evitamos de nos trabalhar internamente, mais nos afastamos do verdadeiro amor. Um verdadeiro amor exige muita lapidação, muito esforço e paciência.
Mas isso é assunto pro nosso próximo papo! Até lá! :)
Flor dedicada ao texto: Cosmos, uma flor de fácil cultivo e popular.
Paula Flório
Paulistana, Chef de Cozinha e confeteira vegana. Terapeuta Reiki e ho’oponopono...