As Quatro Estações - Primavera

“Criança é tão inocente que sonha em ser adulta”

Autor desconhecido

 

Como é bom ser criança e um dia poder tê-las em casa.

Revivendo minha infância, lembro-me do carinho e atenção de meus pais, principalmente de minha mãe, pois era ela quem cuidava de nossas necessidades mais básicas. Era a maestrina de nossas vidas!

Tínhamos bonecas, bolas, corda pra pular, chuchu na horta pra fazer vaquinhas, latas de massa de tomate que viravam bilboquês, balanço no quintal, barro que podia virar qualquer coisa – um animalzinho ou quem sabe uma panelinha – e muita, muita disposição!

Na pracinha de chão batido a poucos metros de casa, nossas tardes eram recheadas de pique gira mundo, bola queimada, rouba bandeira, bolas de gude, peões, pipas e joelhos ralados, ponta do dedão sem unha, choros, muitas risadas e vidas bem vividas.

Os anos se passaram e com a chegada de meus filhos não foi muito diferente.

O chão da sala virava quartinho de bonecas, havia uma cozinha completa no cantinho do quarto, peões e pipas no sofá, bolas de futebol e muitas meias sujas no cesto.

Houve corrida ao hospital pra aplicar pontos no supercílio, as crianças no auge de sua energia entravam e saíam sem parar, fazendo com que a casa já não fosse mais tão mais limpa e organizada como antes...

Foram muitos os choros, muitas as risadas e vidas bem vividas. Papai Noel sempre estava presente nos natais e o coelhinho da páscoa, aquele danado, todo ano pisava na farinha de trigo e ia deixando suas marcas por toda a casa. Para compensar a sujeira, deixava ovinhos de chocolate no jardim, vasos de flores, forno, atrás das almofadas do sofá e até dentro do guarda roupas... E, ah, que delícia eram aqueles ovinhos...

Flor dedicada ao texto: Ranúculo, simboliza Infantilidade

Primavera é o primeiro texto da série "As Quatro Estações", escrita por Lúcia Braga. Publicaremos as próximas estações em breve. Fique ligado! :)