Era da Praticidade

Era da Praticidade

Pâmela Carvalho Poéticos 07/11/2017 (0)

Era da praticidade

 

Menos luz de velas, mais escuridão.

Encobrindo normas e pudores

em um desespero por preencher vazios e quebrar valores.

 

Prazer a qualquer custo, em qualquer canto.

Livrando-se da caretice de fantasias e expectativas 

e auto privando-se do encanto.

 

Uma pele a mostra, um perfume agradável,

já são desculpa suficiente pra um relacionamento descartável.

 

Não é preciso assunto, nem compatibilidade.

A conquista já não exige criatividade.

É tudo fruto e alimento de uma mera vontade,

que sacia parcialmente, distrai momentaneamente, 

mas não possui verdade.

 

Eis a Era da praticidade!

Economizar tempo, desperdiçando a calma.

Desgastar a pele, devastando a alma.

 

Os sussurros já não tem sentimento, 

consistem em ruminar e vomitar frases ultrapassadas,

antes de chegarem a ser, se quer, pensamentos.

 

Já não há mais a preocupação em se envolver,

nem a necessidade de surpreender.

E quanto aos motivos, 

não passam de carências, revoltas 

ou falta do que fazer.

 

E no fim, uma satisfação fingida,

desprovida de essência, sentido e emoção.

E tudo se resume a saliva, 

suor, cansaço e decepção.

 

O lugar, o jeito, a companhia...

Tanto faz!

Movimentos previsíveis, 

procedimentos convencionais.

Encerraram as buscas pelo “algo mais” 

e restaram apenas fragmentos inúteis 

de experiências, limitadamente, superficiais.

 

Flor dedicada ao texto: Miosótis, representa amor sincero e recordação

Pâmela Carvalho

Redatora publicitária em horário de expediente, amante das palavras em período integral.

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