Os dois lados da moeda

Os dois lados da moeda

Lúcia Braga Família 16/04/2017 (0)

De acordo com os sociólogos, todos nós buscamos no casamento a continuação da vida familiar que tivemos e compensar-nos daquilo que julgamos termos sido privados. Então, uma vez casados, nos deparamos com o primeiro problema: estamos preparados para adquirir todas as suas vantagens, mas nenhuma das desvantagens do casamento.

A adaptação ao casamento é um processo longo e nada simples.

Há muito o que se ajustar, muitas arestas a aparar. O casamento é como um motor, que precisa que suas duas engrenagens principais estejam muitíssimo bem alinhadas para funcionar: o homem e a mulher. Mas entram em cena as diferenças culturais, sociais, econômicas e é preciso muita delicadeza e paciência para que estas engrenagens se ajustem.

Muitos são os desafios: as questões financeiras, os interesses pessoais, o relacionamento com os parentes... É preciso sabedoria e força de caráter para vencê-los.

Para estabelecer uma união feliz, devemos nos empenhar em sermos sinceros e sentir-nos seguros. Amarmos e sermos amados.

Nem sempre ouvimos belas palavras, músicas  aos ouvidos. É natural que um casamento tenha seus atritos; só os atritos são capazes de aparar as arestas. O importante é manter em mente o objetivo comum: o alinhamento das engrenagens...

Casamento não é sinônimo de felicidade. Às vezes, é preciso fazer escolhas penosas, o que implica em preocupação com filhos, lutas, problemas financeiros, doenças... Conflitos são inevitáveis e surgirão sempre. Novos desafios.

Romeu e Julieta, só nas telas do cinema! As festas acabam numa pilha de louças para lavar. A casa alugada tem mofo. O salário é colocado na ponta do lápis todo mês. Os bebês sujam fraldas, choram, nos deixam noites sem dormir. O marido engorda, a mulher também e lá se vai a elegância.

O que mantém unido o casal, de longe, é aquela paixão do tempo de namoro e noivado, mas o verdadeiro amor baseado na fidelidade e acima de tudo, no respeito mútuo.

É compensador olhar para trás e ver os desafios vencidos....Que dinheiro paga aquele álbum de família, os primeiros passos, as primeiras palavras? Sem falar no primeiro dia de aula das crianças, quando nós ficamos preocupados se eles se adaptarão na escola, mas no final quem volta chorando pra casa somos nós... as festinhas de aniversário, formaturas dos filhos, seus  casamentos... Aquele passeio maravilhoso, aquela noite inesquecível, o beijo na nuca... As reuniões com os amigos em casa, quantas risadas... A casa cheia no Natal... e por aí vai...

Quem sabe viver e passar por tudo isso com o coração aberto ao amar e ser amado, vive um merecido  “....e foram felizes para sempre”...

Flor dedicada ao texto: Cravínia Rosa, simboliza Laços de Afeto.

Lúcia Braga

Décima primeira filha de um casal de mineiros de Paraisópolis, MG...

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